9 de junho de 2007

Episodio 18

Recomendações:
Uma Verdade Inconveniente (excelente);
A Revolução não será televisionada (altamente manipulador, no entanto vale a pena assistir e conhecer alguns detalhes do nosso vizinho);
Have fun!(escrevi certo?)
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[Link p/ o 1º Episódio]
[Link p/ o 17º Episódio]

[Contagem regressiva para o fim da série: 4...]
Série: Episódios da Crônica nº 22
Episódio 18 - Tentativa Parte II: Conseqüências(?)

Ele se vestiu com a roupa de treinamento.

Arjen definitivamente não era um hacker ou cracker de 1ª linha.
Ele também não era um agente secreto.
Mais do que isso, ele definitivamente não sabia como fazer a maldita porta do dormitório abrir em silêncio.

Ao abrir a porta tanto Maya quanto Estela acordaram.
Ambas com vontade de mata-lo.
Ele ia se esgueirando pela porta quando elas duas o puxaram de volta para o dormitório, o mais silenciosamente possível, para evitar que Grego (outro piloto que dormia no quarto) também acordasse.
Estela ligou o isolamento acústico da cama de grego e o da sala.

Arjen quase apanhou de Estela, mas os movimentos dela estavam afetados pelo sono e cansaço.
Ele se esquivou e explicou rapidamente o que havia feito e qual era o objetivo.
Maya não esperou, antes dele terminar de explicar ela já estava pronta para ir com ele, Estela fez o mesmo.

Os três cruzaram a base, rapidamente, sem uma só palavra, e chegaram na ante-sala da biblioteca.

Arjen abriu-a com um código que havia roubado meia-hora antes.
Fácil.
A segunda porta foi mais complicada. Estela a abriu depois de um momento que durou uma eternidade. Todos estavam excitados com a brincadeira inconseqüente.
Eles entraram. A sala da biblioteca devia ter um raio de 4m, o chão era branco, com piso de borracha-sensível. As paredes e teto formavam uma meia esfera de ALONTM (alumínio transparente).
O lugar ficava exatamente no meio da Base. Do lado de fora as estrelas cobriam o céu, e as paredes dos outros prédios e muros que cobriam a base se cobriam a visão do horizonte.
O peso do mundo caiu sobre as costas dos 3 quando entraram.
No meio da sala um terminal de IE se erguia do chão.
A sala, cuja segurança havia sido desligada por Arjen, ainda reconhecia a entrada de "usuários" e providenciava poltronas que emergiam do chão(assim como o terminal do IE).
O número total de poltronas prontas para uso na sala eram 4. Uma delas era destinada ao Tenente-General Vitor A., que os esperava.

- Falharam, mas mesmo assim: Meus parabéns.
- Que?! - perguntou Arjen, desnorteado.
- "Que?" não, "como?".
- Você derrubou com exito 9 das barreiras internas de segurança dessa sala, um feito impressionante, como muito que vocês fizeram por aqui. Mas você falhou Arjen com a 10ª barreira. Uma atitude dessas é punível com a morte, afinal, isso pode ser considerado "conspiração".
Só me admiro delas virem com você, parece que o treinamento realmente rendeu uma equipe, isso é ótimo.

Ambas ouviram atentas, e apreensivas, não entendendo completamente.

- E por que eu não morri com o choque de defesa?
- Pelo mesmo motivo que não foram pegos no caminho pra essa sala, e pelo mesmo motivo que se livraram da pena de morte aqui. Vocês têm um passe livre da conselheira, sendo assim, a missão continua rodando. Mas, cuidado, reincidência não é perdoada com o passe livre, então, se tentar isso de novo, melhor fazer direito, ou então a defesa automática vai matar você. Estão dispensados, voltem para o dormitório.

Eles se viraram para obedecer quando o tenente disse:

- Mais uma coisa, o que você queria na biblioteca?
- Acesso aos documentos históricos e relatos de poderes-psi na organização.
- Entendo... Se você voltar vivo da sua missão, trazer as duas pilotos desaparecidas e não ferrar com a história, eu mesmo mostro onde você pode aprender a fazer isso. - Arjen flutuou for alguns segundos e foi derrubado no chão, sem ser tocado por nada, exatamente como viu acontecer na tentativa de golpe dentro da sede do Conselho.

Os 3 pilotos ficaram assombrados com aquilo, e depois de receberem outra ordem de dispensa se dirigiram para o quarto.
Arjen nem se importou com o tapa na cabeça que Maya deu dizendo "Faz direito na próxima!" ou algo assim.

Contínua(?)

Episodio 17

Link para o 1º Episódio
Link para o 15º e 16º Episódios

Série: Episódios da Crônica nº22

Episódio 17 - Crise


Era a coisa mais próxima de "sono" que o corpo e mente dela sentiam nos últimos dias.

Ela não estava nada bem consigo mesma. Sentia-se culpada, e pior. Antes, era apenas uma dúvida terrível.

Agora, realidade.


Ela não conhecia a origem da primeira "Janela", não sabia por que abriu, não tinha idéia do por que havia fechado. Isso não interessava naquele momento.

Mas ela ligou os pontos, e encontrou a pessoa que "abriu" a segunda janela, no espelho, na manhã anterior.

Ela era culpada.

Todas as pessoas normais saiam no feriado de Natal, iam conviver com suas famílias, jantar na casa de outrem ou se ocupar de coisas do coração ou do bolso.

Por que ela tinha de ser diferente? Por quê?

O que à levou a ficar na cadeira do jardim, na frente da caso do velho pai, com o CI ativado, calculando, arquivando... enfim, trabalhando?

Isso à levou a ter idéias.

Ela não pensava em Deus havia tempo. "Será?"

Questionar, pensar, tentar entender.

Havia algo errado nisso?

Mariane se revirava na cama, desejando apagar naturalmente. Algumas lágrimas no rosto.

Nas primeiras horas do dia 19 de dezembro, com os irmãos e irmã, e os pais comemorando o Natal, ela teve uma idéia.

"Qual o poder das idéias?" uma vez perguntaram pra ela.

Ela agora sabia a resposta, e era muito maior do que a maioria das pessoas poderia pensar.

Quando a janela se abriu exatamente? - ela se perguntava, e logo sentia-se mal por continuar a perguntar depois de perceber aonde as perguntas à levaram.

Naquela noite, ela formulou uma equação, resultado de um trabalho de semanas seguidas.


Semanas.

Semanas, e com algum papel, vários kilobytes de texto e determinação.

Tinha de ser ela?!

Por que não outra pessoa?

A tal equação separava o tempo do espaço em algumas situações raras. Isso teoricamente implicava numa possível viagem no tempo.

Possível... MUITO POUCO possível.

Quando as pilotos Camila e Pâmela desapareceram ela identificou imediatamente as condições que tornariam uma vigem no tempo possível, mas aquilo tão concreto como um sonho.

Não deveria funcionar. Ela nunca acreditou nisso, pelo menos não conscientemente. "É um absurdo".

Nisso ela errou.

Quando ela e alguns colegas foram escolhidos pelo gabinete da Conselheira-Mor para descobrir o que havia acontecido, ela, de pronto, aceitou.

E entendeu. E organizou tudo aquilo que hoje a cercava, sem saber que ela própria havia criado as condições para que acontecesse.

Convenceu seus colegas, e a própria Conselheira-Mor.

Não havia sido fácil.

Eu devia ser castigada? - pensamentos, muitos deles auto-punitivos, passavam pela cabeça. Ela nem mesmo tinha coragem de inibir o super-ego pelo CI.

Não tinha coragem nem mesmo para ligar o CI.


Ao formular aquela equação, ela tornou possível viajar no tempo.

E isso a consumia.

Seria ela culpada por um erro-lógico na continuidade do tempo, um loop pelo qual todo o universo estaria fadado a passar por causa de uma idéia dela?

Mais pensamentos naquela mente inquieta passavam. Depois de horas de tormento e revolução interna, ela realmente adormeceu e teve pesadelos.


Continua(?)

4 de junho de 2007

2 Pelo preço de 1

EXTRA: 2 Episódios!

[E um autor virando suco]

Link: 1º Episódio
Link: Episódio 14 (Para mais, menu à Esquerda)

Episódio 15: Relatório


Relatório Nível 6

Segurança: Cripto-77 e Autenticação Nível 4.

Destino: Conselheira-Mor Luciana. Cod: HF955


Autor: Tenente General Vitor A.

Autenticação Cod:DM1667

Departamento: D.E.E.P. Mi


Assunto: Andamento da Missão Mista "Emmett B."


Excelentíssima, conforme requerimento enviado, reporto o andamento da missão e a avaliação dos participantes.

No anexo 1 estão as fichas dos participantes secundários.

No anexo 3, que será enviado dentro de 9 horas, a ficha completa e investigação sobre os participantes primários.

No anexo 2 um resumo do anexo 3.


Aparentemente corre tudo em ordem, a produtividade da equipe cientifica está acima da esperada.

O treinamento dos pilotos civis está satisfatório, dentre eles se destacam de longe Estela, Maya e Arjen.

Estela demonstrou capacidade acima da média em todos as atividades. Seu aprendizado foi 19% acima dos recordes registrados nos treinamentos de soldados. Além de demonstrar mais habilidade em artes-marciais que o instrutor.

Maya não quebrou recordes mas sua habilidade com equipamentos eletrônicos do inicio do século 20 foi exemplar, melhor que os de Estela inclusive, ela compreendeu rapidamente o funcionamento avançado dos equipamentos antigos.

Arjen seguiu de perto o desempenho da Maya em todos os quesitos, mas superou Estela no nível de aprendizado com o CI. Ele chegou a 23% de aprendizado, 1% do seu próprio recorde, que descobri ser o maior desde que a instrução VCI começou a ser empregada.

Ele mostrou também bons rendimentos no trabalho em equipe, mas não a liderança esperada. Portanto não deverão haver problemas entre ele e Estela, como a análise previu.

Mariane, chefe da equipe científica trabalhou mais de 9 dias seguidos até agora, e aparentemente chegou a alguma grande conclusão, e seu humor anda instável desde ontem.

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Episódio 16: Tentativa...


A rotina era simples:


Acordar cedo.

Receber doses gigantescas de informação pelo CI.

Treinar artes marciais.(aprendidas à poucos dias, pelo CI)

Meditar.

Comer.

Treinar com armas brancas.

Receber mais informação pelo CI.

Comer.

Passar por exames médicos.

Dormir e sonhar com toda a informação que os cérebros deles tentava fixar.


A maioria das pessoas ficaria louca depois de 3 dias assim. Eles já agüentavam firmemente isso por 5 vezes esse tempo.

Um treinamento rigoroso do exército faria o mesmo trabalho em 6 meses.

O corpo deles estava com o metabolismo acelerado. Vírus carregados com melhorias genéticas temporárias entravam em seus sistemas todos os dias.

Arjen tinha ganhado massa muscular extra, 12% em 10 dias. Seus ossos estavam mais pesados segundo a análise. Essa não era a única mudança, mas as outras eram menos perceptíveis a olho nu.

Ele no entanto não viu nada do que desejava ainda.


A D.E.E.P Mi era não só uma organização secreta, mas uma lenda urbana.

Um Departamento especial criado pelo Conselho na mesma semana em que o Conselho foi criado, para servir como agência de espionagem e segurança dos membros.

O que se dizia sobre a D.E.E.P. Mi era que eles tinham em suas fileiras os melhores soldados de todos as organizações militares do mundo. E que eram mantidos por uma fidelidade mais que sobrenatural por influência de telepatia[1].

Era dito também, principalmente por malucos e pessoas de sanidade duvidosa (e por desocupados), que dentre os integrantes da Deep havia pessoas capazes de fazer coisas fora do comum. Normalmente as referências diziam que os instrutores da organização poderiam ensinar pessoas a mover coisas com a mente.

Na verdade, 99% de tudo era apenas teorias de conspiração. Mas nessas mentiras havia um fundo de verdade, ou pelo menos era uma certeza de Arjen.


Estando ele na base da Deep, não deixaria de tentar passar alguns minutos lendo a biblioteca de arquivos. tentou isso 4x. Na última conseguiu uma informação útil.

O preço de saber que a biblioteca não estava conectada na Sub-Rede do prédio foi uma interface externa pifada[2].


Isso aconteceu logo antes do horário de repouso.

O treinamento exigia 9 horas de sono. O sono Não era nada confortável.

Ficar sem esse tempo, no entanto, poderia ser ainda mais desconfortável. Ao cair da noite todos eles perdiam parte de sua capacidade de raciocínio e ficavam um tanto... confusos.

Mesmo assim Arjen se manteve acordado, e desligou cada um dos sistemas de segurança da área da biblioteca à força pelo CI, mesmo correndo risco de entrar em coma por um choque de defesa[3].


+/+

Legenda Rápida:

[1]- Telepatia pode ter o sentido clássico(a) quanto o sentido novo(b).

(a) Telepatia (do grego τηλε, tele, "distância"; e πάθεια, patheia, "sentir ou sentimento") é definida na parapsicologia como a habilidade de adquirir informação a cerca dos pensamentos, sentimentos ou atividades de outra pessoa , sem o uso de ferramentas tais como a linguagem corporal ou sinais.[retirado da wikipédia].

(b) Comunicação de alta sofisticação usando os CIs. Telepatia nesse caso é a mais complexa forma de comunicação, que dispensa uso de linguagem e passa impressões de um cérebro a outro direto na "linguagem nativa" do cérebro. Algo muito raro em 2101, pois exigia um imenso auto controle para q a transferência de informação se limitasse ao que o interlocutor queria que o outro soubesse, além de ser difícil de se comunicar dessa forma para a maioria das pessoas.


[2]- "Interface Externa" é um computador não integrado a nenhum cérebro, normalmente encontrado como os Desktops antigos. É usado por pessoas não integradas a rede, crianças, e hackers. as IE's são menos funcionais e mais lentas, porém mais seguras para o usuário.

Sub-Rede é uma mini-versão da Rede Mundial Integrada (Internet/RMI/Rede), serve para troca rápida de informação e segurança de dados.

"Biblioteca" é qualquer banco de dados, inclusive uma que contenha livros em papel.(raros)


[3]- "Choques de Defesa" servem para danificar um sistema invasor e proteger informação. Pouco usada, muito perigosa.

Os choques de defesa podem destruir tanto IE's quanto danificar cérebros invasores. Arjen estava ciente disso, mas confiava na sua capacidade de crakeamento de defesas.

+/+


Depois de derrubar um dos sistemas de segurança digital mais caros da história, Arjen se preparou para invadir a sala da biblioteca e acessar os arquivos.

[Continua(?)...]