19 de janeiro de 2007

Continuando...

(Episódio Anterior: Piloto 17 )

Hotel Tranquilidade

A imprensa, fãs e outros pilotos parabenizaram ambos pela corrida. Eles se comprimentaram. Depois das formalidades, todos passaram por um tratamento intensivo para curar os traumas causados pela corrida.

Ligando a Usina Foto-elétrica a todas as construções na face da lua existe uma linha férrea, chamada pelos colonos de "Transporte".
Em algum ponto dessa linha, num carro-férreo, o pilotos orbitais viajavam em uma constante aceleração. Passaram-se 8 dias desde o fim da corrida e muitos ainda discutiam o assunto entusiasmados.
Um deles estava semi-adormecido, vendo pelas câmeras externas a cadeia de montanhas pelas quais passavam, ouvindo "2000 light years from home" e pensando na estranha coincidência que era ouvir aquela música e estar a milhares de quilometros de casa.

O empate entre Arjen e a Piloto 0 foi uma situação agradavel à ambos.
Ela gostou, achava que venceria com algumas horas vantagem. Arjen, que considerava ser um oponente consideravel. No entando, o empate veio como um desafio que ela teria de superar, e ela adorava desafios.
Ele não se importou muito por não ter sido o único vencedor, a corrida foi o que mais o agradou, e cada segundo foi gravado diretamente do cérebro dele.

Depois de algumas horas, todos perceberam que a aceleração diminuiu e a velocidade ficou estavel. Mais tarde a velocidade começou a diminuir gradativamente. Muitos dormiram, alguns comeram dentro do carro-férreo.
Arjen ouviu tantas músicas que perdeu a conta e adormeceu.
A Piloto 00 passou grande parte do tempo meditando.
Enquanto isso os demais pilotos trabalhavam em mundos de RV ou jogavam jogos de computador. A exposição constante a adrenalina parecia causar certa dependência nas pessoas, os ultra-esportistas eram a maior prova disso, quando estavam em sitações "calmas demais" o humor deles costumava oscilar para pior; Arjen, a Piloto 00, Maya IV(piloto 4), e alguns poucos fugiam a essa regra.

Quando chegaram ao destino, se depararam com uma visão embasbacante.
Sem dúvidas, a paisagem real mais extraordinária para se ver fica fora da Terra.
Na Lua, não há nuvens, a atmosfera não filtra a luz do espaço, e de lá, pode-se ver a infinita profundidade do universo.
Essa visão faz as pessoas se sentirem pequenas e impotentes, pensar que há algo mais além do campo de visão, e que também os problemas da vida e são nulos perto de tudo que existe.

No Mar da Tranquilidade, foi construído uma grande cúpula de vidro, quartzo, plástico e aço. Essa cúpula é conhecida como Centro de Observação, serve como uma grande praça, e move consideráveis somas de dinheiro pelo turismo.
A temperatura na superfície da Lua varia entre 117º e -171º, toda aquela estrutura mantinha sua atmosfera interna à 22º e a luz do sol nunca entrava lá; a cúpula era coberta por milhares de pequenos refletores que -quando expostos ao sol- refletiam 99,99% da luz de volta para o espaço.
Nos outros momentos, a cúpula era completamente transparente, e quem estava dentro tinha a impressão que a armação de aço que sustentava a cúpula era apenas estética.

Depois de uns momentos contemplando o céu, eles viram a imensa praça, as árvores e as pessoas iluminadas artíficialmente. Muitas se divertiam com baixa gravidade.
Outras se aproveitavam da relativa escuridão, algumas conversavam nas escadas que levavam aos pisos superiores e outras, como eles, simplesmente olhavam o céu.
Arjen ouvia "Star by Star" do Kovenant.

Eles ficaram lá po várias horas. A constante noite deixou a Piloto 00 com sono, e ela foi a primeira a deixar o lugar e ir para o hotel.

Junto ao Centro de Observação, uma grande rede de túneis forma uma pequena cidade chamada de Hotel Tranquilidade. Essa cidade compreende a mais extraordinária experiência de vida fora da Terra.
O Hotel Tranquilidade é a residencia de 198 pessoas que moram e trabalham na Lua.
Fazendas hidropônicas produzem o alimento dos colonos e dos hóspedes, a atmosféra foi feita quimicamente com o próprio solo lunar retirado nas escavações dos túneis durante a construção.
Aparelhos semelhantes aos AGG's compensam a gravidade local enquanto a energia é toda produzida por uma imensa usina foto-elétrica próximo da linha do equador lunar.
A água do ambiente foi trazida da Terra, fica em parte na atmosfera e parte na comida, mas 90% fica armazenada e é controlada draconicamente por um programa de computador, responsavel pela qualidade e tratamento dentro da cidade.

Uns 10 quilometros dali, outra construção - ainda em andamento - tem muito mais verba. "O Porto" como ainda é chamado pela imprensa é a segunda grande construção no espaço, a sucessora da SSI.
Um grupo de corporações e países está construindo um centro de lançamentos e engenharia espacial, de onde Naves muito maiores serão construídas e lançadas, será o principal elo de ligação entre a Terra e qualquer construção da esfera extra-lunar.
Poucos sabiam, o Porto teria muita importância anos depois.

Eles passaram dois dias lá, depois se prepararam para voltar

A área destinada ao público que usava O Porto não era muito diferente dos aeroportos comuns, só que hermeticamente lacrados para manter a atmosfera.
Eles não esperaram muito, um ónibus espacial de transporte humano taxiou e logo que eles entraram e se acomodaram, o ónibus preparou-se para deixar a Lua.
Em animação-suspensa, os pilotos só acordaram 8 dias depois, sentindo que suas roupas pesavam tanto quanto armaduras medievais, já na em Terra. De volta ao lar em tempo de comemorar o Natal.

Fim (?)

Um comentário:

Anônimo disse...

como o anteriro, da vontade de num parar mais de ler...