26 de janeiro de 2007

"é a vida..."

Road To Nowhere
Ozzy Osbourne

I was looking back on my life
And all the things I've done to me
I'm still looking for the answers
I'm still searching for the key

The wreckage of my past keeps haunting me
It just won't leave me alone
I still find it all a mystery
Could it be a dream?

The road to nowhere leads to me

Through all the happiness and sorrow
I guess I'd do it all again
Live for today and not tomorrow
It's still the road that never ends

The wreckage of my past keeps haunting me
It just won't leave me alone
I still find it all a mystery
Could it be a dream?

The road to nowhere leads to me

Ah, ah
The road to nowhere's gonna pass me by
Ah, ah
I hope we never have to say goodbye
I never want to live without you

The wreckage of my past keeps haunting me
It just won't leave me alone
I still find it all a mystery
Could it be a dream?

The road to nowhere leads to me

Repeat x6

19 de janeiro de 2007

Continuando...

(Episódio Anterior: Piloto 17 )

Hotel Tranquilidade

A imprensa, fãs e outros pilotos parabenizaram ambos pela corrida. Eles se comprimentaram. Depois das formalidades, todos passaram por um tratamento intensivo para curar os traumas causados pela corrida.

Ligando a Usina Foto-elétrica a todas as construções na face da lua existe uma linha férrea, chamada pelos colonos de "Transporte".
Em algum ponto dessa linha, num carro-férreo, o pilotos orbitais viajavam em uma constante aceleração. Passaram-se 8 dias desde o fim da corrida e muitos ainda discutiam o assunto entusiasmados.
Um deles estava semi-adormecido, vendo pelas câmeras externas a cadeia de montanhas pelas quais passavam, ouvindo "2000 light years from home" e pensando na estranha coincidência que era ouvir aquela música e estar a milhares de quilometros de casa.

O empate entre Arjen e a Piloto 0 foi uma situação agradavel à ambos.
Ela gostou, achava que venceria com algumas horas vantagem. Arjen, que considerava ser um oponente consideravel. No entando, o empate veio como um desafio que ela teria de superar, e ela adorava desafios.
Ele não se importou muito por não ter sido o único vencedor, a corrida foi o que mais o agradou, e cada segundo foi gravado diretamente do cérebro dele.

Depois de algumas horas, todos perceberam que a aceleração diminuiu e a velocidade ficou estavel. Mais tarde a velocidade começou a diminuir gradativamente. Muitos dormiram, alguns comeram dentro do carro-férreo.
Arjen ouviu tantas músicas que perdeu a conta e adormeceu.
A Piloto 00 passou grande parte do tempo meditando.
Enquanto isso os demais pilotos trabalhavam em mundos de RV ou jogavam jogos de computador. A exposição constante a adrenalina parecia causar certa dependência nas pessoas, os ultra-esportistas eram a maior prova disso, quando estavam em sitações "calmas demais" o humor deles costumava oscilar para pior; Arjen, a Piloto 00, Maya IV(piloto 4), e alguns poucos fugiam a essa regra.

Quando chegaram ao destino, se depararam com uma visão embasbacante.
Sem dúvidas, a paisagem real mais extraordinária para se ver fica fora da Terra.
Na Lua, não há nuvens, a atmosfera não filtra a luz do espaço, e de lá, pode-se ver a infinita profundidade do universo.
Essa visão faz as pessoas se sentirem pequenas e impotentes, pensar que há algo mais além do campo de visão, e que também os problemas da vida e são nulos perto de tudo que existe.

No Mar da Tranquilidade, foi construído uma grande cúpula de vidro, quartzo, plástico e aço. Essa cúpula é conhecida como Centro de Observação, serve como uma grande praça, e move consideráveis somas de dinheiro pelo turismo.
A temperatura na superfície da Lua varia entre 117º e -171º, toda aquela estrutura mantinha sua atmosfera interna à 22º e a luz do sol nunca entrava lá; a cúpula era coberta por milhares de pequenos refletores que -quando expostos ao sol- refletiam 99,99% da luz de volta para o espaço.
Nos outros momentos, a cúpula era completamente transparente, e quem estava dentro tinha a impressão que a armação de aço que sustentava a cúpula era apenas estética.

Depois de uns momentos contemplando o céu, eles viram a imensa praça, as árvores e as pessoas iluminadas artíficialmente. Muitas se divertiam com baixa gravidade.
Outras se aproveitavam da relativa escuridão, algumas conversavam nas escadas que levavam aos pisos superiores e outras, como eles, simplesmente olhavam o céu.
Arjen ouvia "Star by Star" do Kovenant.

Eles ficaram lá po várias horas. A constante noite deixou a Piloto 00 com sono, e ela foi a primeira a deixar o lugar e ir para o hotel.

Junto ao Centro de Observação, uma grande rede de túneis forma uma pequena cidade chamada de Hotel Tranquilidade. Essa cidade compreende a mais extraordinária experiência de vida fora da Terra.
O Hotel Tranquilidade é a residencia de 198 pessoas que moram e trabalham na Lua.
Fazendas hidropônicas produzem o alimento dos colonos e dos hóspedes, a atmosféra foi feita quimicamente com o próprio solo lunar retirado nas escavações dos túneis durante a construção.
Aparelhos semelhantes aos AGG's compensam a gravidade local enquanto a energia é toda produzida por uma imensa usina foto-elétrica próximo da linha do equador lunar.
A água do ambiente foi trazida da Terra, fica em parte na atmosfera e parte na comida, mas 90% fica armazenada e é controlada draconicamente por um programa de computador, responsavel pela qualidade e tratamento dentro da cidade.

Uns 10 quilometros dali, outra construção - ainda em andamento - tem muito mais verba. "O Porto" como ainda é chamado pela imprensa é a segunda grande construção no espaço, a sucessora da SSI.
Um grupo de corporações e países está construindo um centro de lançamentos e engenharia espacial, de onde Naves muito maiores serão construídas e lançadas, será o principal elo de ligação entre a Terra e qualquer construção da esfera extra-lunar.
Poucos sabiam, o Porto teria muita importância anos depois.

Eles passaram dois dias lá, depois se prepararam para voltar

A área destinada ao público que usava O Porto não era muito diferente dos aeroportos comuns, só que hermeticamente lacrados para manter a atmosfera.
Eles não esperaram muito, um ónibus espacial de transporte humano taxiou e logo que eles entraram e se acomodaram, o ónibus preparou-se para deixar a Lua.
Em animação-suspensa, os pilotos só acordaram 8 dias depois, sentindo que suas roupas pesavam tanto quanto armaduras medievais, já na em Terra. De volta ao lar em tempo de comemorar o Natal.

Fim (?)

12 de janeiro de 2007

New Dawn Fades (Moby)

A change of scene, a change of style.
A change of hopes, with no regrets,
A chance to watch, admire the distance,
Still occupied, though you forget.
Different colours, different shades,
Over each mistakes were made.
I took the blame.
Directionless so plain to see,
A loaded gun won't set you free.
So you say.

We'll share a drink and step outside,
An angry voice and one who cried,
'I'll give you everything and more,
The strain's too much, can't take much more.'
Oh, I've walked on water, run through fire,
Can't seem to feel it anymore.
It was me, waiting for me,
Hoping for something more,
Me, seeing me this time, hoping for something else,
When our love goes wrong.


[Música Muito foda, diz muito]

2 de janeiro de 2007

Arthur, agora proseando...

(Conto, ficção cientifica)

Piloto 17
-Escrito por Arthur Julião-

A versão ao vivo de "2 Minutes to Midnight" do Iron Maiden ressoou na pequena cabine da nave 17.
Normalmente os pilotos das orbitais preferem o silêncio total para centrar seu pensamento e acionar mentalmente os controles das orbitais. Esta orbital só ficava em silêncio quando estava vazia.
A Nave se levantou precipitadamente do chão e flutuou alguns segundos a cerca de 25 cm do chão, enquanto seus sistemas se preparavam. Dentro da cabine, duas pequenas esferas metálicas cor cinza escuras saíram do braço da poltrona do piloto e se posicionaram logo abaixo as mãos dele.
Um barulho ensurdecedor preencheu o hangar enquanto as turbinas começavam a pressurisar o ar, as portas do hangar correram rapidamente. Dentro da cabine o piloto concentrava sua mente no destino - a Lua - e no caminho que seguiria até lá.
Do lado de fora, outros prédios também abriam suas portas, uma corrida estava para começar. O AGG das orbitais fez as naves - cujas turbinas já pressurizadas silenciaram - deslizarem suavemente até uma pista preparada do lado de fora.
Como os antigos carros de corrida, as orbitais se posicionaram em duas filas indianas paralelas. As orbitais eram muito semelhantes entre si, todas naves esportivas, AGG's internos, 2 turbinas externas, 2 propulsores internos, 1 bateria de 3GWh com um processador de antimatéria em miniatura (o item mais pesado da nave, sem dúvida), todas pesando entre 15 e 17 toneladas, e flutuando suavemente a exatos 25cm do chão.
As naves eram todas pretas, com dois grandes números brancos ou vermelhos pintados nas asas, acima do nome do piloto da respectiva nave.
Por uma questão de segurança, todas eram blindadas e as únicas pessoas num raio de 6 km eram a equipe de socorro, os bombeiros e os próprios pilotos.
A orbital 17 tomou a 3ª posição e foi uma das últimas a se posicionar, antes somente das naves 02 e 81.
Cerca de 500 metros à frente da nave 09, que ocupava a primeira posição, estava uma rampa que se inclinava 30º até alcançar 10 metros em relação ao nível do solo.
Na cabine 17, a música terminou, dando lugar à contagem regressiva para a partida. O piloto - Arjen - respirou longa e profundamente, os sistemas responderam mostrando no pára-brisa a situação de todos os sistemas da nave e das condições físicas e psíquicas do piloto. A Conexão N estava em 16% e subindo lentamente.
A contagem decresceu segundo a segundo, e a corrida começou. A Largada foi a mais bem sucedida da temporada, todas as naves responderam bem, e a média das Conexões N estavam em 10%. Os AGG's funcionaram bem e nenhum piloto desmaiou imediatamente.
Em cerca de 16 segundos todas as naves já tinham alcançado 300km/h.
A nave 00, que começou em segunda posição, ganhou a dianteira no 17º segundo, sua Conexão N estava em 18%!
A nave 09 perdeu mais uma posição, para a 17.
Na cabine da 17 Arjen abandonou os sensores esféricos e usou a direção tradicional a partir do 20º segundo, quando começou a tocar "Du Hast" do Rammstein na sua cabine.

O objetivo da corrida era chegar à recém criada Base de Observação e Pesquisa Aristarco, na Lua, em menos tempo depois de completar 1 volta na Terra, 15 km acima da Linha do Equador.
Essa corrida era assistida por mais de 1 bilhão de pessoas do mundo, através da rede, e era o evento esportivo mais caro do ano.
Câmeras transmitiam a imagem de todas as neves, e indutores de RV colocavam os telespectadores mais ricos numa simulação quase em tempo real do ponto de vista de qualquer piloto.
Talvez pela trilha sonora, o "piloto 17" fosse a simulação mais requisitada. (3 pessoas tiveram que interromper a simulação por risco de ataque cardíaco)

Partindo do Campo de Marte em São Paulo, os primeiros pilotos demoraram menos de 1h para alcançar, já em alto-mar, a Linha do Equador.
Quando todos se alinharam sobre a Linha do Equador as primeiras dificuldades apareceram. As simulações de aviões comerciais surgiram no pára-brisa dos pilotos, que tinha de se desviar constantemente para evitar a desclassificação. Enquanto o 17 ouvia "Gates os Tomorrow" do Iron Maiden não teve problemas em desviar das simulações.
4 dos 22 participantes foram desclassificados.

AGG: Anti-Gravity Generator
Função: Diminui a Força G à que são expostos os pilotos, aumentando a aceleração máxima possível sem desrespeitar a segurança, quando funciona. Também mantém a nave flutuando enquanto seus sistemas se preparam para as corridas

Conexão N: Principal item de navegação e comunicação entre os pilotos e suas naves, sensores que interpretam os sinais elétricos no cérebro e traduzem para a nave como comandos, exigem concentração da maioria dos pilotos, para maximizar a interpretação correta dos impulsos nervosos do cérebro por parte da máquina. O recorde mundial de "afinidade" foi de 19%, por 6 segundos. Esse item consome a maior parte dos investimentos
A C.N. exige que o usuário tenha a cabeça raspada para uso, biosensores internos são proibidos. Ela deve interpretar rapidamente a informação que recebe, pois seu principal uso é no desvio de pequenos corpos celestes das naves de mineração no cinturão de asteróides.

Sensores Esféricos: Equipamento periférico da Conexão N recolhe dados interpretados a partir dos movimentos das mãos do piloto e reconhece-os como comandos.

A segunda onda de dificuldades chegou para os pilotos há medida que eles chegaram ao continente africano. Uma simulação de zona de guerra os obrigou a se desviar diversas vezes de bombas e mísseis, sem ajuda do sistema de navegação auxiliar dessa vez.
A piloto 00 continuou na dianteira com certa folga apesar das dificuldades, mas sua conexão baixou para "meros" 14%.
O 17 se atrasou bastante, no entanto continuou a frente dos demais.
A simulação só terminou quando estavam acima da Ásia, foi sem dúvida à fase mais difícil da prova, 7 participantes da prova foram eliminados, incluindo o 09. O terceiro lugar ficou com o piloto 27.
Ramones começou a tocar na cabine de Arjen, que pouco a pouco foi recuperando a proximidade com a piloto 00.

A terceira onda de dificuldades surgiu quase acima do extremo-oriente, quando tiveram que aumentar a altitude ao mesmo tempo em que lidavam com um enxame de naves orbitais simuladas, e alguns acidentes também simulados. Mas dessa vez as naves 27, 04, 17 e 00 continuaram muito próximas enquanto as demais se distanciaram um pouco.
Lordi invadiu os tímpanos do piloto 17 enquanto mais 2 pessoas passavam mal ao redor do mundo por causa das simulações das naves 17 e 00. Arjen estava cada vez mais próximo da piloto 00.

Já acima do Equador as naves teriam dentro em pouco tempo o segundo maior desafio tecnológico enfrentado, a saída da atmosfera e entrada em órbita, os AGG's começaram a funcionar com 100% de potência enquanto as naves alcançavam velocidades 8x acima da velocidade do som e continuavam acelerando, as funções vitais do piloto 04 caíram suavemente e, por segurança, a base o obrigou a abandonar a prova.
De volta ao oceano Atlântico os pilotos que sobraram entraram em órbita com sucesso.

Dentro das naves 00, 17, 22, 11 e 27 o ar pressurizado antes da corrida e tanques de O2 líquido e H2 sólido deram propulsão necessária para que eles escapassem completamente da gravidade terrestre e se dirigissem (agora mais lentamente) para a base lunar.
Das demais naves, 3 também conseguiram escapar da órbita da Terra sem maiores problemas com apenas os tanques de O2 e H2.

A nave entrou em piloto automático e os pilotos na corrida entraram em um estado semelhante a coma induzido, porém bem mais leve.
O 17 e a 00 literalmente emparelharam durante metade da viagem até a órbita da Lua.
Ao entrarem em órbita da Lua, dias depois, o 17 tinha a vantagem de alguns centímetros concedida pelo piloto automático, tentou se aproveitar disso, e conseguiu uma vantagem mínima em relação a piloto 00.
O pouso na base Aristarco foi bastante tranqüilo para ambos, mas ela conseguiu se recuperar pouco antes de chegarem e houve um empate.

A saúde de todos os pilotos estava relativamente boa, alguns tinham sofrido um pouco e tiveram grande parte dos capilares no sistema circulatório avariados, mas se recuperaram rapidamente lá.

Os pilotos 17 e 00 dividiram a taça de vencedor. A baixa gravidade fez bem a ambos.

Fim(?)
-/-
(copie avontade, mas não se esqueça de me colocar como autor ¬¬)

Espero que gostem, até mais