19 de outubro de 2006

Idéias não tem Preço!

[Ao som de "Spaceman", de The Kovenant, no album Animatronic]
"Idéias não tem preço!"
(Á seguir, um monólogo inflamado!)

Não sou contra a venda de softwares, filmes, músicas, livros... afinal, quem os produziu e criou precisa sobreviver, e neste mundo, sem grana não há sobrevivência. Sou contra, no entanto, ao uso de idéias como forma desmedida de enriquecimento.
(ahn?! como assim? num mundo capitalista todos tem o direito básico acumular o quanto capital conseguir! certo?)

Certo... mas nem tanto. O Capital deve ter função social, sendo, acima de tudo, ferramenta da sociedade para manutenção da mesma.
(uhn... essa frase FEDE à comunismo!)

Não, detesto comunismo, tanta quanto capitalismo, e igualmente detesto anarquismo.
(Por que?)

Pelo simples motivo de que todos têm sérios problemas estruturais, que eu talvez critique mais tarde nesse mesmo texto.
(E por quê o Capital deve ter função social?)

Usado pela sociedade, e fruto da exploração de pessoas e bens, o capital deve ser usado pelo "dono" com o intuíto de gerar melhores condições para a própria sociedade que o gerou e não apenas para o bem estar de uns poucos. Há 2 motivos muito bons para isso.
O 1º é que: Uma sociedade mais justa (ou igualitaria) produz melhores condições há todos. (é o motivo bonitinho...)
o 2º é que, numa sociedade com desigualdades, a história ensina q as coisas são instaveis e alguém sempre acaba perdendo a cabeça(literalmente na maioria das vezes) mais cedo ou mais tarde. (ricos, cuidado... rs)

Como fruto da interação entre índividuos, dos direitos de livre expressão e opinião, da educação dada pela família e sociedade, além do trabalho do próprio índividuo, as idéias
são fruto de todo um trabalho em conjunto, de muitas pessoas, não apenas de quem criou.
Dessa forma, softwares, músicas e filmes PODEM ser comercializados, mas não se deve impedir a cópia e livre distribuição desse conteúdo por motivos comerciais.
[O Título deste post é um link para explicação da licença do software livre, se o assunto te interessou]

Imagine a série "Harry Potter".
Pois bem, a escritora entrou pra lista dos 500 mais ricos do mundo.
O que se faz com 1 Bilhão de dolares? e com 10 bi?Chega um momento em que não há mais o que fazer com essa grana! E então ela fica no banco, ou em investimentos, trabalhando para acumular ainda mais dinheiro para o detentor dessa quantia...
(Hey! Você está sendo hipocrita agora! aposto que também gostaria de ter uns 10 bilhões pra gastar com o que bem entendesse!)

Sim, gostaria. Quem não?!?!
A diferença é que eu usaria o dinheiro não só para o meu próprio bem estar, mas para o bem estar de outrem também. (ou pelo menos penso que faria dessa forma)
E não deixaria herança tão grande para meus filhos (ok, uns milhões ou menos, o bastante para se viver bem e sem dificuldades).
Provavelmente criaria uma fundação (ou algumas), para que esse dinheiro fosse destinado também e principalmente a desenvolvimento humano. (e cientifico...).

(Assistam Surplus, mas não virem anarquistas)
Por que o capitalismo não funciona?

Satisfazendo as vontades do Id, o capitalismo prega o consumo como caminho da felicidade e da auto-afirmação. Devo admitir que realmente funciona com muita gente. Mas há alguns problemas básicos nele(e que é conhecimento de qualquer um que tenha completado um ensino médio de mínima qualidade e reflita um pouco sobre o assunto - ou seja, poucos no Brasil).
- O consumismo desmedido simplesmente não pode ser sustentado pelo planeta Terra. Simples assim.
O fato de se produzir sempre, se preocupar se aquilo é realmente necessário ou útil, e ainda por cima não se importar com os impactos na natureza da produção de bens de consumo E do lixo que decorre desses bens torna o capitalismo insustentável do ponto de vista planetário.

- Há sempre um rico e um pobre. Até ai, tudo certo, afinal, não se pode esperar igualdade num sistema que premia os melhores. O problema é que a desigualdade tende a crescer continuamente. E chances iguais não é algo que se vê com facilidade na maioria dos paises do mundo. Os ricos, movidos pelo Id (desculpe pelo uso de Freud, mas eu penso como ele em muitos pontos) e o desejo de mais e mais, se distanciam tanto dos pobres que chega a ser quase impossível para alguém pobre ou da classe média chegar onde aquele rico chegou por NASCER numa familia rica. Além do fato de que, como auto-defesa de quem detêm o poder, as condições de ascensão social nunca são justas ou fáceis para ninguém.

- "O sistema capitalista é ciclicamente destruído e reconstruído apartir das próprias cinzas", ou seja, tem momentos de crescimento, estagnação, crise e recessão. E depois começa tudo de novo. Nas primeiras duas partes do processo as coisas estão bem. Nas outras duas... tão de mal a pior para todos., ou quase todos.

Há outros, que não me lembro agora.
O filme mostra como as massas são manipuladas pelo sistema, enquanto manipula você para concordar que o capitalismo é uma droga. Que não promove a melhora de vida de ninguém que esteja mal. O capitalismo cria necessidades quiméricas para que haja consumismo para que possa sobreviver.

Depois mostra a mediocridade do comunismo. Onde tudo é "zero-a-zero".
Não há manipulação do sistema sobre as massas, afinal, não há consumismo para ser promovido e insentivado. Mas o governo cubano(o mais próximo do comunismo como deveria ser que existe - se é que existe um "comunismo como deveria ser") manipula seus cidadãos descaradamente, e Fidel ainda diz: "Um mundo melhor é possível!". Besteira! Se Cuba é o "mundo melhor" ao qual ele se refere, estamos todos com sérios problemas. E Cuba é sim o "mundo melhor" ao qual ele se refere.

"Ah! ok, então não importa o sistema, eu sou sempre um brinquedo na mão de algum governo ou publicitario, o mundo é uma droga e não há esperanças?"
Essa é a pergunta que o filme coloca na sua cabeça, e responde a pergunta!!
A resposta é o Anarquismo e você deve aceita-lo. (Ou pelo menos é o que ele quer que você pense...)

Eu não cai nessa, o Anarquismo também tem sérios problemas, mas no caso, o problema é a lógica. "Não ter governo nem autoridade" não funciona. Não na minha concepção de sociedade pelo menos.

O que falta para mim é uma alternativa a tudo isso. Algo realmente justo para todos (como o Cominismo pretendia ser), algo que insentive a competição e que os melhore vençam (como no Capitalismo, mas sem selvageria), onde não haja bur(r)ocracia nem abuso de poder por parte de ninguém (como na Anarquia). Onde você tenha direito de ser quem é, e não seja massacrado por manipulação de massa. Nem que seja abandonado pelo individualismo extremo da sociedade.
Extremos nunca são um bom caminho.
No final, acho que o problema de todos esses sistemas socioeconomicos é o ser humano.
(E essa visão pessimista me deprime também.)

Espero sinceramente estar errado.

É só por hoje.

Nenhum comentário: